quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uso de fábulas para ensinar o Respeito

As fábulas são recursos muito interessantes para o Ensino Religioso Escolar, pois podem integrar a proposta interdisciplinar na Unidade Escolar.

O tema que estamos trabalhando nos últimos dias é o Respeito, como valor, como atitude e como sentimento decorrente do processo de ensino e/ou aprendizagem.

Assim, um texto de possível trabalho é a fábula reescrita por Monteiro Lobato. O rato da cidade e o rato do campo é originária, possivelmente, de Esopo, Grécia Antiga, e reescrita por outros autores, inclusive nos anos do Iluminismo. Cada um desses acrescentou detalhes próprios.

O rato da cidade e o rato do campo


Monteiro Lobato

Certo ratinho da cidade resolveu banquetear um compadre que morava no
mato. E convidou-o para um festim, marcando lugar e hora.

Veio o rato da roça, e logo de entrada muito se admirou do luxo de seu
amigo. A mesa era um tapete oriental, e os manjares eram coisa papafina: queijo
do reino, presunto, pão-de-ló, mãe-benta. Tudo isso dentro dum salão cheio de
quadros, estatuetas e grandes espelhos de moldura dourada.

Puseram-se a comer.

No melhor da festa, porém, ouviu-se um rumor na porta. Incontinenti o rato da cidade fugiu para o seu buraco, deixando o convidado de boca aberta. Não era nada, e o rato fujão logo voltou e prosseguiu no jantar. Mas ressabiado, de orelha em pé, atento aos mínimos rumores da casa.

Daí a pouco, novo barulhinho na porta e nova fugida do ratinho.

O compadre da roça franziu o nariz.

- Sabe do que mais? Vou-me embora. Isto por aqui é muito bom e bonito mas não me serve. Muito melhor roer o meu grão de milho no sossego da minha toca do que me fartar de gulodices caras com o coração aos pinotes. Até logo.

E foi-se.


O professor poderá elaborar os exercícios apropriados a sua turma e desenvolver o tema com as informações e reflexões nos artigos anteriores.

Fonte: LOBATO, Monteiro. O Rato da cidade e o rato do campo. Material de uso didático. Lajeado, FATES, Curso de Letras, 1993.

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