terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Mensagem proferida no Culto Ecumênico em Blumenau "Magia do Natal" 2012

Quarto Domingo de Advento 2012, 23 de dezembro.
Irmãos e irmãs em Cristo!
Leio o profeta Miquéias 5. 2-5. Este é um dos profetas menores, de origem campezinha. Traz sua experiência humilde, sabe o que é viver no esquecimento, na nulidade, como vivem os marginalizados. A ideia de um Rei pastorear o rebanho igualmente confirma o conhecimento que o profeta vivenciou. Deus parte do conhecimento e experimentações simples do povo humilde para se fazer compreender.

O profeta está encarregado de reafirmar a aliança de Deus: enviar um Messias, um Rei que governará de eternidade a eternidade. E o seu governo será de Paz. Não a paz que nós, seres humanos imaginamos e vivenciamos, mas o Shalom - a Paz com Deus, a Paz permanente e completa, a Paz entre as pessoas, entre nós, com justiça plena.

A promessa de Deus é de que este Rei alcançará os lugares mais distantes da Terra e virá sem exércitos, virá na humildade, na simplicidade.

Para nós essas promessas parecem ilusórias, irreais. Há, entre nós a dualidade, a falta de sossego, de amor, de segurança. Existe angústia, opressão, medo, solidão, ausência de felicidade. Consumo, exclusão, sofrimento, vazio.
Muitos de nós pensam: as histórias de Natal são sempre as mesmas. Há tantos gostos e desgostos. E atualmente fazemos tudo antes do dia 25 de dezembro e no dia mesmo há um imenso vazio, há uma imensa angústia: como vou ocupar meu tempo agora? Esquecemos que o dia 25 de Dezembro é o dia alusivo ao Natal do Senhor. É nesse dia que Deus quer acabar com o vazio existencial, o vazio da alma, o vazio de vida. É Natal porque Jesus, o Salvador nasceu, assim como representam as belas imagens do presépio montadas em diversos pontos desta cidade, assim como os textos bíblicos dos evangelistas relatam.

Cristo oferece Perdão, Paz, Salvação! Deus mostra-nos o caminho da verdade e da vida através do tempo de Advento e do período de Natal, até o dia 06 de Janeiro, outra data importante, que marca a visita dos Reis magos, dos estrangeiros ao Filho de Deus.

O poder de Deus não pode ser subestimado! Shalom é integralidade e integridade de vida, boa, honesta, agradável a Deus, para a qual fomos criados. Cristo visitou o mundo e trouxe a Graça que há somente Nele!
Somente em Cristo há esperança, vida e verdadeira alegria. Nasceu o Salvador! Isso merece nossa atenção e mudança em nossas atitudes, em vários ítens de nossos modos de vida. Que cada qual possa examinar com atenção, sensibilizar-se com a miséria, humanizar-se e viver como batizado ou batizado, cumprindo a vontade de Deus. Amém.


Lembre-se: ao utilizar parte ou todo deste blog cite a Referência. A autora agradece!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal 2012!

Pois... o mundo continua dando suas voltas, na velha rotina. Não acabou como era a torcida de tantos seres humanos. E, como o mundo continua é tempo de reafirmar os valores, as crenças, a ética na qual vivemos.
Desejo Feliz e Abençoado Natal 2012 a todos meus leitores e leitoras.

Assim como a mensagem do nascimento do Salvador chegou ao mundo inteiro, na época aos quatro cantos do mundo, assim desejo que a mensagem de Paz que o Senhor Jesus Cristo traz também alcance a todas as pessoas. Shalom!


domingo, 9 de dezembro de 2012

Segundo Domingo de Advento em 2012


Vera Lúcia Chvatal escreve: "Chegará sem demora e já não haverá temor entre nós...
                                            Há de vir o Salvador!
                                            Esperamos contra todas as evidências...
                                            Que a paz, a sabedoria e a força,
                                            Inundem os corações dos filhos e filhas de Deus...
                                            Transformando a violência em Amor...
                                            Esperamos olhar o mundo com os olhos cheios de Amor...
                                            Há de vir o Salvador!



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Coroa de Advento 2012

Uma excelente sugestão para envolver crianças e adolescentes na preparação para o Natal, nascimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
A preparação da coroa poderá envolver materiais alternativos, como, p. ex.: argila, papel jornal para a confecção da mesma. A coroa já indica o Reinado de Cristo para o universo. Precisa-se de galhos verdes de pinheiros, preferencialmente, cujo verde indica perenidade e aponta para a eternidade de nosso Deus. Precisa-se de uma fita vermelha, que indica o envolvimento de Deus em nossa vida e vice-versa. Precisa-se de 4 velas, que podem ser em tons roxos ou vermelhos. A cada semana, preferencialmente no primeiro dia útil, no caso das escolas, uma vela é acessa, iniciando-se da primeira e fazendo-se o conjunto duas, três e quatro, com o passar das semanas. A 5ª vela será branca para o Dia do Natal, caso o grupo quiser realizar a celebração familiar.

 
 
 
Nesta primeira semana, acende-se a primeira vela da Coroa. Pode-se convidar alguém do grupo a fazer uma oração de gratidão a Deus. Lê-se Miquéias 5. 2:
"O Deus Eterno diz: - Belém-Efrata, você é uma das menores cidades de Judá, mas do seu meio farei sair aquele que será o rei de Israel. Ele será descendente de uma família que começou em tempos antigos, num passado muito distante.”

Após uma canção a ser escolhida pelo grupo, pode-se fazer a oração de intercessão e o Pai Nosso.
Após esse momento continua-se os trabalhos regurlares.
Esta proposta de inserção em sala de aula poderá ser adaptada ao ambiente existente. Caso o prédio disponibilize uma capela o melhor será realizá-la naquele espaço.
Bom proveito a todos e todas!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dia de Ação de Graças 2012

Como estão os preparativos na sua escola?

Muitas unidades escolares brasileiras já estão expondo artifícios natalinos, embora não seja adequado!

Primeiramente é preciso celebrar a Ação de Graças 2012!
Esta é uma recomendação importante pois o ano só pode ser finalizado com chave de ouro após a celebração de todas as datas significativas, cada uma a seu tempo!
Motive seus alunos a comporem ideias para fazer esta celebração, por turma! Certamente, cada turma terá itens a agradecer, não só a Deus, porém a colegas, professores, coordenação pedagógica, pais, direção...

Aqueles que tiverem alguma ressalva, também devem ser ouvidos.
Nem todos são otimistas, felizes e bem dispostos ao final de uma jornada de estudos!
Aliás, ouvir o que cada pessoa - aluno tem a dizer é uma atitude muito sábia! É verdade que não podemos reagir a tudo, porém a expressão foi feita, a participação ocorreu e isso tem o seu próprio valor.

Quanto ao "COMO" celebrar, cada professor terá seu próprio repertório. No ano passado já publiquei sugestões neste espaço, com poesias e textos. Eu acredito que cada ano há boas iniciativas. Portanto, faço uma listagem de palavras que motivem os alunos e os professores a perceber e escrever exemplos para as Ações de Graças em 2012.
Perdão 
Sinceridade
Compaixão
Paciencia

             Respeito
              Humildade
                Confiança
                   Solidariedade

                                               Liberdade
                                               Cuidado com uma outra pessoa
                                               Bondade
                                               Proteção
                                                             
                                                                                                             Felicidade
                                                                                                              Justiça
                                                                                                                Carinho
                                                                                                                  Amizade


Desejo a vocês um excelente trabalho e muitas reflexões!













segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vida e Morte

A época oportuna de se fazer uma verificação estatística sobre as opiniões cristãs ou não em relação ao céu é novembro! O segundo dia do mês de novembro propicia a discussão. Veja só: uma de minhas alunas relatou que outro profissional de educação falou em "Dia dos Mortos". Aproveitei para fazer um belíssimo levantamento na turma sobre diversos aspectos:
a) Quantos mortos você ou sua família visitou/visitaram no dia de Finados?
b) O que você viu no cemitério? Quais foram as homenagens que você percebeu sendo feitas?
c) Quais palavras ou frases chamaram sua atenção durante sua estada no cemitério?

Em grupos, os alunos conversam sobre as questões acima. Numa segunda etapa registram o que consideram importante e apresentam aos colegas e ao professor.

Discentes podem fazer perguntas ou contar histórias... É comum exemplificar casos. É importante dar o espaço para a expressão, mesmo que não seja a opinião da maioria do grupo. É preciso considerar também que cabe à família a orientação religiosa da criança e do adolescente. Mesmo assim, alguns temas são "proibidos" na família, por desconhecimento, insegurança, falta de coragem. Qual é o espaço em que a criança pode fazer perguntas sobre a questão "vida e morte"?

Neste sentido defendo que o professor deverá identificar qual linha de raciocínio adota em sua própria vida. Ao responder qual é sua própria opinião em relação à morte, o professor estará dando intervenções importantes na constituição do pensamento crítico do discente. Espera-se respeitar as diferenças! Como respeitá-las se não são elucidadas?

Num segundo momento, é preciso procurar o que dizem os escritos sagrados de cada grupo religioso no que se refere à morte. No Brasil a estatística diz que a maioria da população pertence ao cristianismo, mesmo em suas várias formas. Cabe, portanto, a afirmação da Morte e o aguardo pela Ressurreição, baseada nos escritos Bíblicos.

Cabe ao professor trazer algumas afirmações:
"Aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disso, o juízo." Conforme Hebreus 9. 27.
"Se Deus é por nós, quem será contra nós? Estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem qualquer criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." Conforme Romanos 8. 31-39
Jesus disse: "No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." João 16. 33


Parabéns

Parabéns! Bicho protegido, criança, professora. É tudo isso no mês de outubro. Dou-me conta da contagem regressiva deste ano... E ainda há Reforma Luterana, Dia de Finados, Proclamação de República, Dia da Bandeira, Dia de Ação de Graças, e logo, sim, logo iniciam as celebrações de Advento.

Você vai considerar que a publicação está equivocada... Já deixei em outro ano meu protesto veemente contra o destaque a certos grupos em determinadas datas, em detrimento ou esquecimento de outros... Retorno com vigor: ao parabenizar as crianças só no dia 12 de outubro e no resto do ano estar a criticar... é melhor que nem se gaste a energia a pronunciar as letras formadoras da palavra. Além disso, qual é a relação entre ensino, religião, educação, cidadania, eleição, mobilidade urbana, individualidade?

Percebo que estamos num anestesiamento, numa inércia enquanto povo no que se refere a pensar educação no sentido de independizar-se de certos modismos. É preciso compreender quem os produz. E, naturalmente, opor-se de maneira condizente e convincente. Está na moda falar em cidadania e defendê-la. No entanto, as eleições comprovaram que 30% omitiram-se do direito de votar. Está na moda dizer da necessidade de pensar em mobilidade urbana. No entanto, a área urbana não comporta novas rotas e o governo incentiva o transporte individual através da isenção do IPI. Está na moda falar em garantir e gerar renda própria. No entanto, não há ensino no nível fundamentar sobre como funcionam as cooperativas.

Parabéns, sim! Comprometimento, também!

Encontros

Ao trabalhar em sala de aula, sempre notei a necessidade de reconhecer e elogiar os encontros extra-classe. Tomei essa atitude na medida em que tive experiências significativas com ex-alunos e ex-alunas. Ao encontrar um discente fora do ambiente escolar há duas possibilidades: uma possibilidade é de que ele, ou ela, faça de conta que não conhece e nem reconhece o professor; a outra e boa possibilidade é de que ele, ou ela, reaja, com aceno, cumprimento e até lhe dirija a palavra.

Em minha opinião, esta é a melhor oportunidade de chegar próximo e ultrapassar as barreiras que o ensino formal oferece. É no momento do lúdico, do informal, que pode haver um diálogo que reverte na melhor aprendizagem em sala de aula. É a melhor oportunidade de perceber quem está na companhia de..., o que também interfere nas relações família versus escola.

Por isso sempre defendi a coerência e a ética, que ultrapassam o ambiente meramente profissional. Em minha opinião, podemos melhorar as relações professor-aluno mediante exemplo, e este ultrapassa as paredes das salas de aula, as calçadas e espaços abertos das escolas, assim como seus muros frios e altos. Ao adotar uma postura mais humana, mais apaziguada, o professor é capaz de compreender o universo estudantil, aproximar-se dele e intervir com as lições para vida.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Religiosidade Brasileira

Sempre sou favorável ao "faça você mesma!". Então, não custa dar uma olhadinha, aquela espiadela básica no IBGE sobre como está a configuração que identifica as diversas correntes religiosas no Brasil.

Amei a sugestão de trabalho oferecida pelo MAPER, para iniciar o trabalho sobre a diversidade religiosa no Brasil.
Veja: http://youtu.be/onwNWyTpj1E
A sugestão é trabalhar a letra de Gil, "Se eu quiser falar com Deus", que transcrevo abaixo:

Se Eu Quiser Falar Com Deus

Composição: Gilberto Gil

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

Fonte: MAPER.

Lembre-se de citar a fonte. Afinal, queremos utilizar estes materiais preservando os Direitos Autorais originais.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Aos pais de todas as idades e qualidades

Apresento um jogral, bem participativo, com as recomendações e texto...

Precisa-se:
5 pessoas, com ótima dicção!

2 pessoas que fiquem nas extremidades, segurando duas estrelas grandes, uma em cada extremidade.

Em uma das estrelas escreve-se “EU” e na outra estrela escreve-se “MEU PAI”.

Precisa-se de “elos” para que ao final eles sejam unidos, num gesto, “ligando” as palavras “Eu” e “Meu Pai”.
O material teria de ser feito em papel mais resistente, também com uma boa medida, para que fique bem visível. Talvez uma camiseta branca com as palavras pintadas na parte frontal - Misericórdia, bondade, humildade, delicadeza e paciência



Texto: As qualidades de um bom pai

Todos: Parabéns pelo seu dia meu Pai!

Leitor/a 01 - Você é meu exemplo de justiça e de verdade.

Leitor/a 02 - Pai, você é um herói dedicado! Hoje quero te dizer: Você é meu herói!

Leitor/a 03 – Pai, você é um grande amigo meu! Hoje quero te dizer: Você é meu melhor amigo!

Leitor/a 04 – Pai, você está comigo nas alegrias e nas tristeza, muito obrigado.

Leitor/a 05 – Pai, agradeço por me indicar as perdas e as vitórias de cada dia.

Todos: Muito obrigado, pai!

Leitor/a 01 – Eu agora sei ser gentil, graças a você!

Leitor/a 02 – Eu olho os pássaros no céu, as flores nas gramas,

Leitor/a 03 – Eu olho para as montanhas, para as planícies,

Leitor/a 04 – Eu leio livros!

Leitor/a 05 – Eu amo o ar e o mar.

Todos: Muito obrigado, pai, por ensinar a ver como tudo é lindo!

Leitor/a 01 – Pai, eu ainda tenho que aprender...

Leitor/a 02 – Quero aprender a ganhar e a perder.

Leitor/a 03 – Quero aprender contigo, pai, a confiar em mim mesmo/a com equilíbrio.

Leitor/a 04 – Quero aprender a decidir sozinho.

Leitor/a 05 – Quero acreditar nas causas que defendem a vida.

Todos: Quero aprender e quero ensinar!

Leitor 01 – Pai, você é paciente e corajoso!

Leitor 02 – Você é alguém de fé no Criador, em si mesmo e nos homens.

Leitor 03 – Nós somos o povo de Deus.

Leitor 04 - É por isso que queremos seguir juntos com Jesus Cristo!

Leitor 05 – Muito obrigado, meu bom pai, porque você me ensina a fé Cristã.

Todos: Misericórdia, bondade, humildade, delicadeza e paciência. São valores para a vida de todas as pessoas. Abençoado Dia dos pais!

Sara Regina Hoppen. Baseado na tradução da carta de Abraham Lincoln, 1830 ao professor de seu filho e Colossences 3. 12. 

 

Lembre-se de citar a referência ao utilizar este material, pelo que agradeço! 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Aprender a compaixão e preparar a inclusão

Compaixão, inclusão são atitudes, portanto consequencias de um processo de ensino-aprendizagem. Já apresentamos em 2010 conceituações ligadas à Alteridade. Poderíamos acrescentar que alteridade é lançar um olhar compreensivo sobre o outro, sobre a outra pessoa. E então precisamos ter uma base que oferece experimentações de "como se aprende a compaixão".

Nos meus tempos de infancia isso ocorria de modo simples e o ambiente campesino oferecia uma gama de oportunidades. Bastava observar como era feito o trato aos animais semiconfinados e já se tinha uma noção de como as pessoas "proprietárias" concebiam suas relações com estes seres diversos, irracionais, instintivos, respondendo a um conjunto de estímulos sempre repetidos. Além disso, observar como se comportavam as formigas na horta, os pássaros em torno das árvores frutíferas, os pássaros na roça, no meu caso, um pouco longe da moradia.
Os meninos, meus queridos colegas de escola, não tinham dó, nem piedade dos pássaros. Os afugentavam com pedras. Também não tinham piedade com as formigas, que esmagavam ora com as próprias mãos, ora com os calçados, desconhecendo sua importancia no ciclo vital.

Este é apenas um simples exemplo de experimentações vivenciadas e do em torno delas. Proponho em primeiro, um passeio pelas suas memórias, caro professor, cara professora. Como ocorreu esse processo de aquisição do sentimento de compaixão? Em segundo, proponho que a reflexão seja compartilhada na forma de pequeno texto, entregue aos alunos. Aliás, temos visto, nos diversos lugares por onde passamos, que alunos de diferentes faixas etárias amam quando recebem uma produção de seu professor, ou de sua professora, mesmo não o demonstrando - mas isso já é outro tema. Em terceiro, proponho, para crianças até 12 anos, o texto "Carícias Compartilhadas", de Rabindranath Tagore, retirado do livro Valores para a Convivência", de Esteve Pujol i Pons e Inês Luz Gonzáles, editora A Girafa, São Paulo, 2006, p. 130ss.

Carícias Compartilhadas

Rabindranath Tagore
Um dia eu vi um bebê sem roupas deitado sobre a relva.
Sua irmã estava na beira do rio, esfregando um jarro com um punhado de areia, sem cessar.
Perto dali, um cordeiro de suave lã pastava seguindo o rio. O cordeiro se aproximou da criança e, de repente, baliu estrondosamente.
A criança estremeceu e começou a gritar.
A irmã abandonou sua tarefa e correu para ele.
Abraçou seu irmãozinho com um braço e o cordeiro com o outro e dividindo as suas carícias, uniu, no mesmo laço de ternura, o filho do homem e o filho da besta.
... e conclui:
CONHECER AS EMOÇÕES PRÓPRIAS PARA DEPOIS CONHECER AS EMOÇÕES ALHEIAS.

Em quarto lugar, e para alunos maiores de 12 anos, naturalmente adaptando a formulação de acordo com a própria experiência do professor, algumas afirmações, para concluir o estudo:
1. A compaixão não é debilidade sentimental.
2. A compaixão não é a experimentação de chorar diante da televisão. Nem ficar indiferente aos dramas da realidade.
3. Compaixão não é dizer: "Coitado!", mas fazer algo para tornar a pessoa que sofre menos infeliz.
4. A compaixão ultrapassa o "sentir", isto é, entra no campo da ação.
5. A compaixão inicia pelo olhar-se a si mesmo.
6. A compaixão elimina a desesperança, isto é, a compaixão aposta na esperança.
7. A pessoa compassiva não é inválida: ela pode ser cega, muda, paralítica, surda, porém terá algum dom que supera sua debilidade.


A vocês desejo um exelente trabalho!


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Primórdios do Ensino Religioso Escolar no Brasil

Crise. É a sensação que temos ao entrarmos no ambiente escolar. E mais que sensação, é fato dado aos testemunhos dos próprios docentes. Tudo e todos são questionados e vários são questionadores. Questiona-se o conteúdo - serve para quê? Questiona-se genitores - o que estão ensinando (não ensinando) a esses filhos e filhas? Questiona-se professores e educadores - como não estão ensinando sobre este ou aquele aspecto, atualíssimo!, por que não ensinam tal coisa?

O problema está na fundamentação filosófica e os pressupostos para as perguntas existentes. Não estamos avançando, em minha opinião, na forma pedagógica "pergunta - resposta", também desenvolvida a partir dos diálogos com Paulo Freire. Rubem Alves, por sua vez, postula incentivar aos educandos a efetuarem a pergunta, para, consequentemente ocorrer resposta.

No caso do Ensino Religioso Escolar estamos em uma fase interessante: agora descobrimos, nós, profissionais da area, que podemos elaborar questões, que estão aí, sempre estiveram, mas que não foram verbalizadas até então. Mais ainda: podemos receber / observar / comprovar respostas às perguntas, sem medo de sermos desrespeitados. Isso, no entanto, é fruto de muita reflexão e, principalmente, de uma postura notoriamente científica, admitindo o diferente, levantando exatamente mais e mais perguntas.

Tecnicamente, o Ensino Religioso no Brasil passou por vários momentos, embora esses se deem ao longo de muitos anos. Vejamos o que o Boletim Informativo do GPER, nº 367, ano 8, com 3368 leitores, editado em 18.07.2012 relata:

"No dia 15 de outubro de 1827 na legislação complementar do Império Brasileiro o texto sobre o que deveria ser ensinado nas escolas pelos professores estava previsto que os professores deveriam organizar as aulas de leitura, escrita, gramática, de aritmética para as quatro operações, frações, decimais, leitura da Constituição do Império e história do Brasil. No campo da religião são propostos os princípios de moral cristão e da doutrina católica apostólica romana. Estamos na primeira metade do século XIX em uma sociedade organizada a partir de princípios morais religiosos homogêneos. Desta forma era “normal” esta compreensão religiosa na escola. Com a proclamação da república a separação entre Estado e Igreja era um dos princípios, já que a hierarquia do episcopado possui uma estrutura vinculada ao perfil da monarquia e no contexto do final do século XIX e primeira metade do século XX era contrária ao chamado era moderna. Sendo que o uso do ensino da religião era uma das estratégias para a manutenção desta situação.

No contexto brasileiro a lei de diretrizes e base da educação nacional de 1996 assumiu um país pluralista, em que o cenário social e cidadão da Constituição de 1988 foram feito uma releitura para educação e a escola. Por este motivo que a primeira versão do artigo 33 para o Ensino Religioso não era coerente esta perspectiva, a revisão do artigo era necessária para estar coerente com a nova perspectiva da Lei maior do país (1988) e da LDB (1996/1997)."

Certamente, isso elucida posições, confrontos anteriores, metodologias ainda existentes, postulações decorrentes e históricas. O melhor de tudo isso é que professores podem perguntar e podem, sim, encontrar respostas. O conhecimento evolui, o fazer educação melhora, as opções metodológicas de cada profissional são consequentes. Estamos no caminho que considera a ética da multiformidade. Melhoramos como país.

Gratidão

Leitores, leitora!
muito obrigada pelos acessos a este espaço.
Neste ano estou oportunizando releituras a vocês!
Aos poucos e nos tempos livres atualizo este espaço.
Este é o uso consciente do saber existente nesta area - a do Ensino Religioso Escolar, aliado à tecnologia disponível no momento.
Muito obrigada, mais uma vez, pelas leituras realizadas, reações e, principalmente, citações.
Aos professores em férias, votos de bom descanso.
Aos professores em atividades de estudo, votos de abençoadas descobertas!
Abraços!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A Maldade, o poder sem amor

Compartilho com vocês um texto que trabalho com alunos de nível Médio, em aulas de Ensino Religioso Escolar. Chama-se "Carta a um Adolescente" e é da autoria de Rubem Alves.


Carta a um adolescente

             Você pediu que eu escrevesse sobre a maldade. Foi a primeira vez que uma pessoa me pediu isso. Você foi corajoso e honesto porque falar sobre a maldade é falar sobre nós mesmos. A maldade é algo que mora dentro de nós, à espera do momento certo para se apossar do nosso corpo. Ao pedir que eu falasse sobre a maldade você me pediu que o ajudasse a entender o lado escuro de você mesmo.
             Para a gente entender a maldade é preciso entender, antes, os dois poderes de que somos feitos. somos feitos de uma mistura de amor e de poder. Amor é um sentimento que nos liga a determinadas coisas, e vai desde o simples gostar até o estar apaixonado. O amor quer abraçar, ficar perto, proteger. Am o meu cachorrinho, quero brincar com ele, tenho saudade dele. Se ele morrer eu vou chorar. Gosto da minha casa. Dói muito - dá raiva - se alguém picha de preto o muro que tinha justo sido pintado de branco. Gosto muito de uma pessoa: pode ser o pai, a mãe, o avô, a namorada. Por causa deste sentimento fico triste vendo que aquela pessoa está triste. O amor faz isso? Coloca o outro dentro da gente. O que o outro sente, a gente sente também. Um amigo meu, pedreiro, Senhor João, a primeira coisa que fazia quando me visitava em minha casa era salvar, com uma peneira, as abelhas que estavam morrendo afogadas na piscina. Ele sofria com as abelhas.
             Por isso, muitas pessoas são vegetarianas. Elas não suportam pensar na dor por que passam os bichos para que nós nos lambuzemos com a carne deles. Uma pessoa muito querida, que não é vegetariana, não consegue comer frango ao molho pardo. O molho pardo desse frango se faz com sangue - e ela se lembra de haver visto frangos de pescoço cortado, pendurados num gancho, ela se lembra do sofrimento daquela ave inocente. Os bichos também sofrem.
             O amor nos liga à natureza toda. Eu amo a natureza - os riachos, as cachoeiras frias, as matas, com suas samambaias, avencas, orquídeas, bananeiras, as borboletas, cigarras, pássaros. Nós, humanos, temos olhos deformados - não percebemos a beleza dos seres que são diferentes da gente. Mas todos eles, inclusive os besouros (que alguns chamam de "bisorros"), as rãs, os lagartos, as marias-fedidas, as tartarugas, os urubus - todos eles querem viver, sofrem, fazem parte desse nosso mundo e são necessários a sua existência. Todos eles são nossos irmãos - porque todos nós teremos o mesmo fim. Um dia nós voltamos à terra e, quem sabe, renasceremos como besouro ou galinha...
              Aquilo que eu amo eu quero proteger. Proteger o cachorrinho, o muro da casa, a natureza... Às vezes, a gente quer algo anterior ao proteger: a gente quer criar. Você ainda não é pai. Não tem, portanto, nenhum filho para proteger. Chegará o dia, entretanto, em que você desejará ter um filho que você ainda não tem. Para isso é preciso que você tenha os poderes de homem - para semear no ventre de uma mulher a semente do filho que você ama, mas ainda não tem. Você deseja ser (ainda não é) administrador de empresa, cozinheiro, médico ou flautista: você ama essas coisas, mas ainda não é. O amor, sozinho, não faz milagres. Para ser qualquer uma dessas coisas você terá que, devagarzinho, ir desenvolvendo poderes no seu corpo, poderes que tomarão a forma ou de conhecimentos ou de habilidades.
              Quando você tem essas duas coisas juntas, o amor e o poder, coisas muito bonitas acontecem. O poder torna possível a existência daquilo que a gente ama: gero um filho, planto um jardim, construo uma casa. O poder, assim, está à serviço da alegria. Pelo poder eu posso contribuir para que o mundo seja melhor. O poder e o amor, juntos estão à serviço da preservação da vida.
              Acontece, entretanto, que a vida anda devagar. Leva tempo para uma criança ser gerada. Leva tempo para uma árvore crescer. Por vezes, ao plantar uma árvore a gente sabe que nunca se assentará a sua sombra. Já a morte anda rápido. Mata-se numa fração de segundo. Basta puxar um gatilho. Ou pisar o bicho. Ou quebrar o ovo. Corta-se uma árvore que levou cem anos para crescer em poucos minutos: se for uma bananeira, basta um golpe de facão.

              Você me perguntou sobre a maldade: a maldade é isso – quando as pessoas sentem prazer no ato de destruir, isto é quando as pessoas sentem prazer no exercício puro do poder, sem que esse poder tenha um objetivo de vida. Bondade é o poder usado para a vida. Maldade é o poder usado para a morte. 
              A adolescência é o momento da vida quando se descobrem as delícias do poder. Criança tem amor mas não tem poder. Ela quer sorvete mas não tem o dinheiro. A mãe segura, põe de castigo, dá palmada. A criança é impotente. Na adolescência o corpo se desenvolve. Fica maior que o corpo da mãe, o corpo do pai. Ganha força. Juntos, então os adolescentes se constituem num exército poderoso. É por isso que os adolescentes gostam de estar juntos: isso lhes dá um sentimento de poder. Há coisas que nunca fariam sozinhos. Mas, em grupo, tudo é permitido. As pessoas mais mansas podem se tornar monstruosas em grupo. No grupo a gente perde o senso da responsabilidade moral.
              Como eu já disse, o poder, como fim em sim mesmo, sem um propósito de amor, dá prazer rápido. Quebrar, pichar, arrancar, bater, cortar esmagar, derrubar – todas essas são formas do poder-prazer a serviço da morte. É uma coisa demoníaca.
              Por isso, meu amigo, adolescente, quero confessar uma coisa que nunca confessei: “Tenho medo de vocês”. O fascínio que vocês têm pelo poder me assusta. É isso que é maldade: poder sem amor.
              Eu queria poder dar para vocês, como herança, o ovo onde moram os meus sonhos, na esperança de que vocês continuassem a chocá-lo, depois da minha partida. Sim, o mundo que eu amo se parece com um ovo: está cheio de vida mas é muito frágil. Dentro dele estão coisas delicadas, fáceis de serem destruídas: plantas, insetos, ninhos, aves, músicas, poemas, memórias, livros, peixes, muros brancos, crianças, velhos, jardins...
              Mas eu tenho medo que vocês não resistam à tentação de quebrar o ovo onde eu e o meu  mundo moramos. Como é fácil quebrar um ovo! Fácil e irreversível: nunca mais! Assim, por enquanto, o ovo onde moram meus sonhos fica sob a minha guarda. Até encontra os herdeiros que eu espero.

Este texto foi publicado no Correio Popular de Campinas, em 24 de fevereiro de 1996. Não é uma preciosidade? Não vou tecer aqui minhas considerações didáticas, assim como o fazia em sala de aula... torna-se longo e desnecessário. Que o seu trabalho frutifique!



             

sábado, 19 de maio de 2012

Modo de olhar

Creio que já escrevi sobre isso...

"Um olhar amigo alegra o coração;
Uma boa notícia faz a gente sentir-se bem."

Provérbios 15. 20



Foto: direitos reservados para www.hermeneutica.com

terça-feira, 8 de maio de 2012

Divirta-se com as esquetes da verdade entre mães e filhos ou filhas


- Mamãe, mamãe... por que o papai não tem cabelo?

- Porque ele trabalha muito, é cheio de preocupações e é muito inteligente.

- Ah, e por que você tem tanto cabelo?

- Cala boca!

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- Mamãe, mamãe... eu já tenho 13 anos, me compra um sutiã??

- Não.

- Vamos Mamãe... compra um sutiã pra mim...

- Eu já te disse NÃO !!!

- Mas mamãe, eu já tenho 13 anos...

- Não me amole , Artur...

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- Mamãe, mamãe... o que é um orgasmo?

- Não sei querido, pergunte pro seu pai.

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- Mamãe, mamãe... na escola me chamaram de mafioso.

- Amanhã mesmo vou resolver isso meu filho...

- Bem... mas faça tudo parecer um acidente, mamãe...

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- Mamãe, mamãe... o leiteiro chegou.

- Tem dinheiro para pagar ou eu tenho que ir brincar lá fora???

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- Mamãe, mamãe... uma menina de 8 anos pode engravidar???

- Ai... claro que não....

- Oooooba !!!!

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- Mamãe, mamãe... deixei as drogas...

- Graças à Deus!

- Sim... mas não me lembro aonde.

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- Mamãe, mamãe... me leva no circo???

- Não, filho... Se querem te ver, que venham aqui em casa..

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- Mamãe, mamãe... no colégio um menino me chamou de mariquinha...

- E porque você não bate nele?

- Ai, é que ele é tão lindo...

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- Mamãe, mamãe... por que a noiva esta vestida de branco?

- Porque é o momento mais feliz de sua vida.

 - Ahhhhh!!!.. ... e por que o noivo esta vestido de preto?

- Cala a boca!

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- Mamãe, mamãe... é verdade que descendemos dos macacos??

- Não sei, filho... seu pai nunca quis me apresentar a família dele.

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- Mamãe, mamãe... na escola me chamaram de dentuço ...

- Não lhes dê bola, Pedro... e feche a boca que está riscando o chão.

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- Mamãe, mamãe... se Deus nos dá o que comer..., a cegonha traz os bebês, e Papai Noel os presentes no Natal....posso saber para que serve o papai ???

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- Mamãe, mamãe... porque que estamos empurrando o carro até o precipício?

- Fique quieto senão vai acordar seu pai...


Desconheço a autoria. Agradeço pelo compartilhar. E, se você utilizar este material para suas aulas ou trabalhos diversos, lembre-se de citar a Fonte - Referência.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Paz... é o que buscamos

Em 2005 a Campanha da Fraternidade - ICAR / CNBB foi ecumênica, isto é, o CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs associou-se àquela Campanha (2005) promovendo ampla discussão, reflexão e distribuindo materiais litúrgicos alusivos ao tema "Felizes os que promovem a paz".
Assim surgiu a Oração pela paz, transcrita a seguir.

Consideramos importante a cópia e publicação da mesma, motivados pelo tempo Pós-Páscoa, em termos eclesiásticos e pelas notícias atuais, veiculadas neste período. Ano de eleições municipais, preparação de Copa do Mundo 2014, economia interna firmando-se, comentários importantes sobre os poderes - inclusive o Poder Judiciário brasileiro, discussões e reuniões importantes sobre Ecologia, casos de corrupção sinistra, convulsões sociais externas - especialmente na Europa. Populações "sem bandeiras", meio ameaçado, lutas armadas em nome da história e miscigenação entre religião e economia. É ironia retratar assim os limitados seres humanos que habitam a Terra, criada por Deus! Realidade... sonho distante do paraíso... e, esperança do Reino Prometido, do porvir.


ORAÇÃO PELA PAZ


Ó, Senhor, Deus da vida,
Que cuidas de toda criação, dá-nos paz!

Que a nossa segurança não venha das armas,
mas do respeito.

Que a nossa força não seja a violência,
mas o amor.

Que a nossa riqueza não seja o dinheiro,
mas a partilha.

Que o nosso caminho não seja a ambição,
mas a justiça.

Que a nossa vitória não seja a vingança,
mas o perdão.

Desarmados e confiantes, queremos defender
a dignidade de toda criação, partilhando,
hoje e sempre, o pão da solidariedade e paz.

Por Jesus Cristo teu Filho Divino, nosso irmão,
que feito vítima de nossa violência,
ainda do alto da cruz, deu a todos o Teu perdão.

Amém!






domingo, 8 de abril de 2012

Feliz e Abençoada Páscoa

Páscoa é essa maravilhosa passagem...
... da morte para vida!

... do ódio para o amor!

... da saudade para o encontro!

... do ensino para a aprendizagem!

... da não-existência para a visibilidade!

... do silêncio para a música!

Páscoa é Vida Nova, Vida em abundância, Vida completa.




Feliz e Abençoada Páscoa 2012!

Muito obrigada pela sua visita a este blog!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Procissões com matracas

Enfim, na tradição católica há uma bonita manifestação em dia de Sexta-Feira Santa.
Os rituais envolvem a lembrança do sofrimento de Cristo, a caminho da morte.
As matracas anunciam a passagem do grupo, além do som das canções litúrgicas.



As falas motivadoras neste ano foram alusivas à Saúde, tema da Campanha da Fraternidade 2012, promovida pela CNBB.



Lembre-se de citar a Referência ao pesquisar, comentar, copiar este texto ou parte dele, inclusive suas imagens.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Um dia de espera

Essa é uma boa caracterização para o Sábado de Aleluia.
Gosto de usar a comparação, aprendida com meu pai, daquelas horas em que se olha o céu, se vê a chuva pronta, que ainda não cai.
É daqueles dias, assim, como nas horas em que a mulher está sentindo as contrações, mas ainda não está em trabalho de parto.
É um daqueles dias em que os minutos se arrastam parecendo horas, a exemplo de quando se está no hospital, acompanhando um enfermo que já está na fase da despedida da vida.

Sábado de Aleluia é assim. Há um suspense quase tateável, quase visível.
Tomara que a percepção das crianças não seja afetada pela pressa imponderada da vida adulta.

Sexta-feira Santa

Santa sim. Dia de jejum, dia de abrir mão do que se faz todos os dias por prazer.
Dia de oração.
Dia de pensar na remissão dos pecados, no momento histórico da morte do Filho de Deus.
Dia de gratidão.
Dia de silêncio, de recordação e de um balanço de vida.
Dia de ficar em casa, sem algazarras, sem discussões.
Dia de apreciação das memórias, das histórias e da esperança do que ainda vem.

Sim, algo ainda está a caminho.
E só está assim porque somos gente, Filhos e Filhas de Deus, confiantes na promessa do Pai.

Ovos, Páscoa e Chocolate

Na próxima segunda-feira, Segundo Dia de Páscoa, será o dia da exibição de ovos, brinquedos, roupas e todos os tipos de brinquedos, embora o grande destaque será para as guloseimas. É claro que não se pode exibir tudo tipo "ao vivo", afinal tem ovo grande, pesado e delicioso demais! Mas isso não é mais problema, afinal foto serve prá quê?

Prezados, prezadas!
Papo de gente grande... apenas como exemplo, mera e humilde simulação. No entanto, o que quero apontar é a questão do exibicionismo. Dito assim, antigamente grave defeito, hoje atitude aplaudida, ainda que seja com uma simples menção de sorriso irônico nas faces, de gente grande, antes respeitadas, hoje banalizadas.

A educação por estas terras tupiniquins ficou tão informal, tão voluntária, tão gratuita que torna-se banal, ineficaz e um bonito jogo do "faz de conta". Pena, pois esse jogo já foi anunciado na década de 80, tempos de abertura política. Agora, no mundo da liquidez, tudo se pode, inclusive o exibicionismo de fazer de conta que se aprende, que se ensina... inclusive um dos sete pecados capitais, qual seja a avareza.

Confio e espero que a longa história das tradições pascais não seja esquecida. Portanto, algumas dicas de trabalhos pedagógicos pós-páscoa cá estão:
1. Os ovos quando entregues vazios representam o túmulo vazio de Jesus. Cristo ressurreto já não está mais lá.

2. Os ovos representam a ressurreição de Cristo, assim como a esperança da nossa ressurreição para a Vida Nova e Eterna. Os ovos contém vida em si - os ovos da natureza, lógico.

3. Somente no século XIX, tempo do grande desenvolvimento industrial, com a autumação de vários trabalhos, os ovos receberam doces, isto é, tornaram-se de chocolate ou suspiro. Para atrair as atenções seus fabricantes os decoraram. O desenvolvimento da indústria do chocolate tem  o ano de 1828 como referência. A partir de então o cacau teve grande valorização no mercado internacional.

4. Os ovos já foram presenteados pelos romano-germânicos por volta de 1300. Em Worms, Alemanha os estudiosos encontraram nas escavações as comprovações de data.
Em alguns casos estão associados a oferendas, como no Egito antigo, como símbolos de fertilidade, isto é, para que o povo não passe necessidade é preciso agradar aos deuses oferecendo-lhes uma parte da própria produção.

5. A sugestão de inserir no ovo apenas uma mensagem iniciou na Inglaterra, sento então utilizado como um presente.

6. Os cristãos presenteiam ovos uns para os outros indicando o desejo pela Ressurreição. Os primeiros que o fizeram utilizaram ovos da natureza.

7. As dimensões de Ressurgimento vem a partir da observação precisa da natureza no Hemisfério Norte, em que o período da Páscoa coicide com a Primavera.

8. Cuidado com os entendimentos quanto aos ovos e aos coelhos. Os dois elementos são simbólicos e distintos. O que eles trazem de comum é o fato de serem símbolos de fertilidade.

Esses são alguns dos aspectos... Assim, toma-se a atitude de tirar o foco do exibicionismo e do jogo do faz de conta.


Muito obrigada por visitar este blog. Ao inspirar-se para o seu trabalho, cite-o nas Referências, pelo que, em nome da honestidade, agradeço.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O tempo da Quaresma 2012

A natureza dá suas mostras do tempo pré-pascal...


Esta é a planta denominada popularmente Quaresmeira. Floresce no Sul e no Sudeste do Brasil ao final do verão, início do outono.

Faça com seus alunos e alunas um levantamento de outros elementos da natureza que surgem neste período assim chamado "Quaresma".

Peçam para que façam pequenas perguntas aos avôs e às avós. Certamente eles terão o que trazer...
Bom trabalho!



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Esconde-esconde

Contam que, certa vez, reuniram-se todos os sentimentos e qualidades dos seres humanos em um lugar da Terra.
Quando o Aborrecimento havia reclamado pela terceira vez, a Loucura, como sempre tão louca, propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A Intriga levantou a sobrancelha, intrigada, e a Curiosidade, sem poder conter-se, perguntou:
- Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a Loucura, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão, enquanto vocês se escondem. Quando tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O Entusiasmo dançou, seguido pela Euforia. A Alegria deu tantos saltos que acabou por convencer a Dúvida e até mesmo a Apatia, que nunca se interessava por nada.
Mas, nem todos quiseram participar: a Verdade preferiu não esconder-se.
- Para quê, se no final todos me encontram? - pensou.
A Soberba opinou que era um jogo muito tolo (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela!) e a Covardia preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro, ... começou a contar a Loucura.
A primeira a esconder-se foi a Pressa que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A meteu-se numa igreja e a Inveja escondeu-se atrás da sombra do Triundo, que, com esforço próprio tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A Generosidade quase não conseguiu esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se um lago cristalino, ideal para a Beleza. Se a copa de uma árvore, perfeito para a Timidez. Se o vôo de uma borboleta, o melhor para a Volúpia. Se uma rajada de vento, magnífico para a Liberdade. E, assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O Egoísmo, ao contrário, encontrou um lugar muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.
A Mentira escondeu-se no fundo do oceano (Mentira! Na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris.)
A Paixão e o Desejo no centro dos vulcões.
O Esquecimento... não me recordo onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.
Quando a Loucura estava lá pelo 999.999, o Amor ainda não havia encontrado um lugar para esconder-se, pois todos já estavam ocupados. Por fim, encontrou um roseiral e guardou-se nele.
- Um milhão! - terminou de contar a Loucura e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a Pressa, apenas a três passos de uma pedra.
Depois, escutou a discutindo com Deus sobre filosofia.
Sentiu vibrar a Paixão e o Desejo nos vulcões.
Em um descuido, encontrou a Inveja e, claro, pode deduzir onde estava o Triunfo.
O Egoísmo, não teve nem de procurá-lo. Ele, sozinho, saiu disparado do seu esconderijo, que, na verdade, era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a Beleza.
A Dúvida foi mais fácil ainda: a encontrou sentada sobre uma cerca, sem saber em qual lado esconder-se.
E assim foi encontrando a todos: o Talento entre a erva fresca; a Angústia em uma cova escura; a Mentira atrás do arco-íris... (Mentira! Estava no fundo do oceano!) O Esquecimento que havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o Amor não aparecia em lugar algum. A Loucura procurou atrás das árvores, embaixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.
A ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou uma forquilha e revolveu todos os ramos, quando, no mesmo intante, escutou um doloroso grito. Os espinhos haviam ferido o Amor nos olhos.
A Loucura não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu, e até prometeu ser sua guia.
Desde então, quando pela primeira vez brincou-se de esconde-esconde na Terra... o Amor é cego e a Loucura sempre o acompanha.


Fonte: arquivo pessoal, autoria desconhecida.