quinta-feira, 22 de abril de 2010

Atitudes que envolvem o Respeito

Há material disponível na internet.
Como eu sou cristã luterana convicta, compartilho minha teoria explicativa:
Vejamos a ilustração da Cruz:

Recomendações e Atividades
Cada professor poderá adaptar este quadro à turma. Sugiro que usem-no apenas nas turmas que tiveram noções sobre o Cristianismo e têm clareza quanto ao significado da Cruz Vazia.
Ao optar em trabalhar na forma de cartaz ou cartazes, a atividade pode ser: Preencher com exemplos cada um dos ítens, para posterior diálogo.

Bom trabalho para você!
Compartilhar saberes significa citar as referências: direitos autorais para fins didáticos.
Muito obrigada pela sua participação neste blog!




quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uso de fábulas para ensinar o Respeito

As fábulas são recursos muito interessantes para o Ensino Religioso Escolar, pois podem integrar a proposta interdisciplinar na Unidade Escolar.

O tema que estamos trabalhando nos últimos dias é o Respeito, como valor, como atitude e como sentimento decorrente do processo de ensino e/ou aprendizagem.

Assim, um texto de possível trabalho é a fábula reescrita por Monteiro Lobato. O rato da cidade e o rato do campo é originária, possivelmente, de Esopo, Grécia Antiga, e reescrita por outros autores, inclusive nos anos do Iluminismo. Cada um desses acrescentou detalhes próprios.

O rato da cidade e o rato do campo


Monteiro Lobato

Certo ratinho da cidade resolveu banquetear um compadre que morava no
mato. E convidou-o para um festim, marcando lugar e hora.

Veio o rato da roça, e logo de entrada muito se admirou do luxo de seu
amigo. A mesa era um tapete oriental, e os manjares eram coisa papafina: queijo
do reino, presunto, pão-de-ló, mãe-benta. Tudo isso dentro dum salão cheio de
quadros, estatuetas e grandes espelhos de moldura dourada.

Puseram-se a comer.

No melhor da festa, porém, ouviu-se um rumor na porta. Incontinenti o rato da cidade fugiu para o seu buraco, deixando o convidado de boca aberta. Não era nada, e o rato fujão logo voltou e prosseguiu no jantar. Mas ressabiado, de orelha em pé, atento aos mínimos rumores da casa.

Daí a pouco, novo barulhinho na porta e nova fugida do ratinho.

O compadre da roça franziu o nariz.

- Sabe do que mais? Vou-me embora. Isto por aqui é muito bom e bonito mas não me serve. Muito melhor roer o meu grão de milho no sossego da minha toca do que me fartar de gulodices caras com o coração aos pinotes. Até logo.

E foi-se.


O professor poderá elaborar os exercícios apropriados a sua turma e desenvolver o tema com as informações e reflexões nos artigos anteriores.

Fonte: LOBATO, Monteiro. O Rato da cidade e o rato do campo. Material de uso didático. Lajeado, FATES, Curso de Letras, 1993.

sábado, 17 de abril de 2010

Considerações sobre Escola, ERE e Respeito - 3ª parte

Para a Educação Infantil e as Séries Iniciais do Nível Fundamental, sugiro a continuação da reflexão sobre "A arte de ensinar o Respeito" na escola:

Reconhecer o valor de outras pessoas, o valor do conjunto de objetos e pessoas que interagem é uma questão ética das maiores. Assim, é preciso criar e executar dinâmicas que venham de encontro a essa proposta, principalmente porque há uma ansiedade entre professores, que, motivados pela ausencia de alternativas viáveis, desistem de seu papel e partem para outra função social. Ações bem simples auxiliam na tarefa do reconhecimento do valor.

Então, ser conivente com quem não está se adequando ao ambiente, deixando-o permanecer aí, sem observar, sem advertir é desrespeito para com todos que estão no ambiente...

Reconhecer que Respeitar é temer, sinônimo de zelar. Aliás, meninos e meninas sabem muito bem quando estão sendo respeitados ou não. Assim, podem relatar estas situações tanto em forma de desenhos quanto em formas de diálogo. Em se falando de atividades orais... é possível também trabalhar em forma de painel participativo, sem ser importuno ou "metido"... É um bom exercício de Respeito esperar a vez de falar...

E tem mais uma... a Reverência! Tenha cuidado para esta não ser apenas mais uma palavra da moda!

... bom trabalho!...

Considerações sobre Escola, ERE e Respeito - 2ª parte

O papel familiar é ensinar o Respeito. O papel da escola é tornar a vivência deste valor significativo. Isso inclui o ambiente escolar Respeitoso, assim como demais ambientes. Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental há norteadores específicos, voltados principalmente para a Socialização de cada brasileiro nesta fase de sua vida educacional.

É nesse sentido que proponho para as séries mais avançadas, com grupos de até 15 estudantes,  o Sóciodrama, experiência vivencial que teatraliza determinada cena. No Sociodrama cada participante interage com o próprio grupo, tendo um condutor principal, que dá o suporte fundamental. É possível seguir um texto padronizado, conhecido por todos, assim como é possível interagir com um problema levantado pelo próprio grupo. Ao final da vivência, cada integrante pode ser questionado ou questionar suas ações, atitudes e sentimentos, mesmo que sublimados.

Há espaços formadores para os orientadores do sóciodrama e recomenda-se que quem aplica esta técnica tenha participado de algumas vivências e experimentações da mesma. Há vasta bibliografia sobre o assunto, é só tirar o tempo para tal.

Considerações sobre Escola, ERE e Respeito

1ª parte...
Estivemos conversando entre profissionais sobre esta temática...

Necessitamos considerar alguns aspectos relacionados à Escola e à Proposta do Ensino Religioso Escolar.
1. O espaço escolar é diverso do espaço familiar. É preciso trabalhar arduamente para que toda a Comunidade Escolar se conscientize deste aspecto. Por consequencia, cada espaço tem seus papéis principais, específicos e insubstituíveis. Há grande crise sobre estes papéis e é interessante consultar as Referências atuais...

2. Professores trabalham com grupos, enquanto que outros profissionais liberais de áreas afins trabalham com indivíduos. Por conseguinte, há que se formar um conjunto de interesses afins para que os objetivos sejam realmente alcançados. Como dizia meu mestre na Pós... "o professor precisa apontar onde o grupo chegará..." Em outras palavras, o Educador pode e deve apontar para o horizonte, deve fazer sonhar, e deve interagir simbioticamente a fim de que ocorram condições mínimas de ensino e aprendizagem.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Respeito: valores, habilidades e sentimentos

Na "árvore geral do valores" há indicações de temas relacionados ao Respeito, independente de ordem:
HONESTIDADE
AUTONOMIA
LIBERDADE
IGUALDADE
JUSTIÇA
SIMPLICIDADE
SOBRIEDADE
ECOLOGIA

Há também uma listagem de habilidades a serem desenvolvidas, especialmente nas crianças de 6 a 12 anos de idade:
SENSIBILIDADE
CURIOSIDADE
COMPAIXÃO
GENEROSIDADE
AMIZADE

E, não por último, há uma pequena lista, mais curta, dos sentimentos que são alcançados com estes valores e habilidades:
P A Z
A M O R
A L E G R I A


Adaptação livre, com todos os direitos reservados para:
PUJOL i PONS, Esteve. GONZÁLEZ, Inés Luz. Valores para a convivência. São Paulo, A Girafa, 2006.

Artigo sujeito a direitos autorais da Referência acima.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A arte de ensinar o Respeito

"A casa
Vinícius de Morais

Era uma casa muito engraçada,
Não tinha teto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela, não
Pois nesta casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede
Pois esta casa não tinha parede
Ninguém podia fazer xixi
Pois um pinico não tinha ali.

Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos número zero."

Muitas vezes, na escola ouvimos as acusações contra as famílias...
A quem cabe ensinar o Respeito? Não se trata de ensina-lo aqui ou ali, neste ou naquele período... Respeito é atitude, comportamento esperado em todos os tempos, em diferentes níveis, entre seres diversos. Ao nos compreendermos racionais temos a responsabilidade de assumir seus ônus. Este comportamento leva em conta de que os sujeitos convencem-se muito mais pelas atitudes do que pelos discursos.

Na escola, com grupos de alunos, podemos refletir o que podemos considerar falta de respeito, não apenas neste meio, mas em tantos outros espaços geográficos. Aponto aqui alguns que considero fatais e merecedores da listagem: Descortesia; Insolência; Grosseria; Intromissão. Cabe ao professor mediador considerar estes e outros...

Também podemos trabalhar as consequencias da falta de respeito: Injustiça; Silêncio; Desigualdade; falta de Compaixão. Muitas vezes, as abordagens que são feitas sobre o tema "Respeito" apontam unicamenta para os meios escolares, sem levar em conta o papel social da escola. A falta de Respeito favorece a inexistência da Cidadania.

E a casa? Meu querido leitor, minha querida leitora, professor, professora, você faz com "A Casa " uma provocação: os dados estatísticos sócio-escolares brasileiros escancaram a realidade.
O que há nesta casa do poeta que incomoda?
Como é sua casa? Como você a descreveria?

Aceitação de si mesmo/a e aceitação mútua é passo importante para desenvolver Respeito.
Reconhecer a importancia do outro e da outra é outro passo.
Reconhecer a dimensão de bem e mal, ouvir a Consciencia...
Respeito ao princípio da Igualdade.

Bom trabalho a você!




quarta-feira, 7 de abril de 2010

Alguns conceitos que permeiam o Ensino Religioso Escolar

Dando continuidade à informação formativa, cujo objetivo está incluido no conceito deste blog, trago a sua apreciação o que segue:
ÉTICA: a palavra vem do grego Ethikos-ethos, que quer dizer costume, caráter. Ética é a parte da Filosofia que estuda a conduta e o caráter humanos, desvendando os conceitos necessários para responder às questões do bem e do mal no agir, tanto no que se refere às ações individuais quanto às sociais ou coletivas, em todas as áreas da vida.

INDIVIDUALIDADE: do latim Individuum, indivíduo e de Indivisum, isto é, não dividido, único. Individualidade quer dizer que algo ou alguém não pode ser dividido em partes, sob pena de perder a identidade própria, inerente ao mesmo. Tem caráter próprio.

Estes conceitos caracterizam a fundamentação teórica e o marco referencial do Ensino Religioso Escolar à luz da LDB 9394, de 21.12.96 e de seu substitutivo 9475, de 22.07.97.
Há que se percorrer um longo caminho para conciliar estes aspectos fundantes às práticas escolares cotidianas, apesar de já estarem em vigor há mais de uma década.

Sugestão Didática:
Para abordar "ética" nos diversos ciclos, é mais objetivo levantar valores humanos: responsabilidade, honestidade, liberdade, dentre outros.
A partir destes subtemas é possível utilizar as fábulas das diversas tradições religiosas, com as devidas referências.

Imagen da Libertação

Em especial, gosto desta:


 

sábado, 3 de abril de 2010

Sábado de Aleluia


The Descent from the Cross. c. 1634, Munchen.

O silêncio é recortado apenas pelos sons instrumentais e pelos gestos de socorro ao corpo sem vida. Não é preciso emitir voz. Apenas os gestos bastam para cada qual saber o que necessita ser feito.




A plenitude da humanidade

Jesus divino está pleno no sábado de Aleluia...

Fonte: http://www.abcgalery.com/. Lucas Cranach The Elder. The crucificaxion with the Converted Centurion, 1536. USA

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A crucificação por Dali




Compartilho com você, leitor, leitora, uma interpretação livre, somada aos conhecimentos teológicos.
Nesta imagem Jesus Cristo vê o mundo a partir da cruz.
A cruz é instrumento de tortura e morte usado pela humanidade principalmente na época do Império Romano.
O artista usa cores escuras para dar as dimensões do espaço físico da terra, na medida em que ele se coloca no olhar de Jesus sobre a parte conhecida do planeta.
Simbolicamente a Cruz com Jesus Cristo crucificado representa todo o pecado do mundo, o sofrimento e a morte do Filho de Deus - o próprio Deus encarnado na forma humana.
A história não termina com a morte de Jesus, na mesma proporção que a fé não tem objetivo de encerrar os questionamentos. A dimensão do V I N D O U R O da história e do futuro da humanidade proporciona a contemplação de Jesus e de todos que apreciam a visão da tela: a Terra e sua vida revelam-se na luz do horizonte.

Por outro lado, poderíamos pensar que Dali coloca Jesus crucificado na escuridão absoluta, no nada, quase como se vagasse num espaço físico desconhecido. Talvez esta fosse a intenção, já que o sentimento humano de Jesus revela a experiência do "nada", do absoluto vazio e da absoluta solidão.
Há o instrumento de tortura, bem iluminado na parte superior, e abaixo a escuridão engole as pernas de Jesus. Ele está sozinho, como se estivesse no esforço de soltar-se, descer.

Em dia de Sexta-Feira Santa precisamos lembrar do nada, do vazio, da solidão. Isso representa todo pecado que a humanidade comete a cada momento e que coloca Jesus Cristo em todos os tempos na cruz. É a cruz com Jesus que demonstra esse fracasso individual e coletivo.