sábado, 3 de agosto de 2013

Pós-modernidade, virtudes e educação

Pensei muito antes de escrever estas linhas. Quero chamar atenção de meus leitores, principalmente educadores, professores, profissionais respeitáveis e em formação, e demais internautas sobre questões que envolvem o Dia dos Pais, tão comemorado pela mídia. Assim, fiquei dias a pensar sobre o título adequado. Na falta de uma palavra melhor para determinar a tipologia do ciclo contemporâneo, já a caminho da segunda década do século XXI, utilizo o termo pós-modernidade. Queria muito usar o termo "valores", porém, recentemente fui confrontada com a concretude do regionalismo, em que "valores" são unicamente monetários. Assim, o termo "virtudes" substitui "valores", sob a perspectiva da formação contínua do ser humano.

Veja a preciosidade deste texto, de autor desconhecido e sem data:
"O pai entra no quarto do filho e vê um bilhete em cima da cama. Ele vai até lá, já temendo o pior, e começa ler o seguinte:

'Caro Papai, É com grande pesar que lhe informo que eu estou fugindo com meu novo namorado, Juan.
Estou apaixonado por ele. Ele é muito gato, com todos aqueles “piercings", tatuagens e aquela super moto que eu adoro.
Mas não é só por isso. Descobri que não gosto de mulheres e como sei que o senhor não vai consentir, vamos fugir e seremos muito felizes num “trailer".
Ele quer adotar filhos comigo, e foi tudo que eu sempre quis para mim.
Aprendi com ele que maconha é ótima, é uma coisa natural que não faz mal pra ninguém. E ele garante que no nosso pequeno lar não vai faltar marijuana.
Juan acha que eu, nossos filhos adotivos e os seus colegas “gays" vamos viver em perfeita harmonia.
Não se preocupe papai, porque eu já sei me cuidar. Apesar dos meus 15 anos, já tive várias experiências com outros caras e eu tenho certeza que Juan é o
homem da minha vida.
Um dia eu volto, para que o senhor e a mamãe conheçam os nossos filhos.
Um grande abraço e até algum dia.
Com amor
Seu filho"

O pai, quase desmaiando, continua lendo...

PS: Pai, não se assuste. É tudo mentira e estou na casa da Mariana, nossa vizinha. Só queria mostrar pro senhor que existem coisas muito piores que as notas vermelhas do meu boletim, que está na primeira gaveta.
Abraços,
Seu filhão. Burro, mas macho.'   "

Material, no mínimo, interessante. Bom para provocar reflexões... sobre o conhecimento que pai tem de filho. Pai que conhece filho não "quase" desmaiaria. Além disso, a dignidade filial em utilizar os argumentos bastante preconceituosos revelam o quanto o filho se espelha no pai. Bom para provocar boas reflexões, o texto traz a questão do abandono escolar, tão frequente nas mais diversas classes sociais e os motivos que geram esta atitude por parte de adolescentes das mais diversas idades. O texto acima, de autor desconhecido é bom para se refletir sobre a educação sexual familiar e as atitudes de preconceito que dali decorrem. O texto é bom para uma reflexão muito pragmática sobre verdade, mentira, limites e argumentos que povoam o universo da adolescência.

A nossa crise de valores, note bem, pessoas adultas, resolvidas, que ainda assim cometem e admitem contradições, a nossa crise de valores - virtudes não pode perturbar a formação integral das novas gerações. Esta formação, seja no ambiente familiar, seja no ambiente escolar deve estar voltada à dignidade e ao respeito humanos. Amor paternal é incondicional. E o amor filiar vai se desenvolvendo nesse processo de descobertas por crescimento e desenvolvimento. Existem coisas muito piores do que notas vermelhas do boletim, abandono de escola e de lar por amor adolescente. A guerra é a maior delas. A um passo estamos dela, sim da guerra, ao nos posicionarmos intransigentes, insensíveis, desiludidos e desesperados, incapazes de compreender a natureza humana, criada à imagem e semelhança de Deus.



Ao utilizar parte ou todo deste artigo, queira gentilmente e honestamente citar a fonte.